O encontro realizado pelo Pontão Territorial Jacarandá SP em conjunto com o Escritório do Minc e o Fórum de Pontos de Cultura da Capital Paulista, foi um momento estratégico para debater o andamento da implementação e execução das políticas nacionais de cultura, Cultura Viva e Aldir Blanc. Ambas as iniciativas integram a retomada do Ministério da Cultura (MinC), sendo fundamentais para o fortalecimento e desenvolvimento da cultura no Brasil.

A mesa de abertura contou com a participação do Diretor da Política Nacional Cultura Viva do MinC, João Pontes, Coordenador do Escritório do MinC em São Paulo, Alessandro Azevedo, da representante do Ponto de Cultura OCA de Carapicuíba, Vera Athayde, e da Assistente de Projeto do Pontão Jacarandá, Olivia de Lucas. Além disso, o encontro recebeu intervenções significativas de nomes como Osmar Araújo e Damásio Bothina, do Comitê Gestor do Pontão Jacarandá, Wilken David Sanches, do Pontão Coletivo Digital, Julio Marcelino, do Fórum Cultural Penha-ZL, e Ciléia Biaggioli, do Fórum Cultural Cidade Ademar. Entre os representantes institucionais, marcaram presença Letícia Stamatopoulos, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e Inti Queiroz, assessora da deputada federal Sâmia Bomfim.

No início do evento, João Pontes apresentou um panorama sobre o desenvolvimento da Política Nacional Cultura Viva (PNCV). Ele destacou o avanço das ações conduzidas pelo Minc, Consórcio Universitário e os Pontões, ressaltou a importância da colaboração entre os entes estaduais e municipais na execução do Plano Nacional Aldir Blanc. Pontes frisou a obrigatoriedade da destinação de parte dos recursos repassados para a política, reforçando o compromisso com a cultura comunitária e a democratização do acesso. Além disso, falou sobre as discussões sobre a reestruturação da regulamentação do PNCV, do Marco Regulatório de Fomento à Cultura e atualização dos modelos de editais do PNAB.

Durante o encontro, o Secretário Alessandro Azevedo enfatizou a relevância do diálogo contínuo entre os agentes da rede Cultura Viva e o Estado, apontando o papel essencial dos Pontões e Pontos de Cultura na construção dessa rede. 

Vera Athayde, com sua experiência de duas décadas no Ponto de Cultura OCA, destacou a trajetória histórica da Política Nacional Cultura Viva (PNCV), ressaltando como a articulação entre sociedade civil e poder público foi essencial para consolidar essa política pioneira. Ela relembrou os desafios iniciais, quando os Pontos de Cultura ainda estavam começando, e como espaços como a OCA se tornaram referências na formação e transformação social em comunidades periféricas. Vera também pontuou que os 20 anos da PNCV representam não apenas um marco de resistência cultural, mas uma prova de que é possível construir políticas descentralizadas e democráticas, reafirmando a necessidade de fortalecer essa rede para garantir que os recursos continuem chegando às mãos de quem realmente faz a cultura acontecer no Brasil.

Com uma perspectiva mais recente, Olivia de Lucas trouxe reflexões sobre a vivência da juventude na Política Cultura Viva. Ela relatou suas impressões do Encontro Nacional ocorrido em Salvador, destacando a importância da troca de experiências para quem está começando a atuar nesse universo.

Nas falas de abertura ao debate, Damásio Bothina expressou preocupação com a ausência de critérios claros na definição de quem pode se tornar um Ponto de Cultura, apontando riscos de desvirtuamento da política. Cileia Biaggioli também expressou a preocupação a respeito deste tema, afirmando que, embora a política seja inclusiva, o MinC deve se atentar para priorizar coletivos e instituições de base comunitária, garantindo que os recursos cheguem a quem realmente necessita e não a iniciativas já patrocinadas ou estruturadas.

Julio César demonstrou preocupação com a consolidação do PNCV diante do momento da atual gestão que já está na metade, a complexidade da implementação pode ficar prejudicada ou incompleta caso não se conclua no ano que entra. 

O encontro consolidou-se como mais uma ação para a agenda na PNVC e para a articulação entre diferentes atores da cultura, reafirmando o compromisso com a descentralização, a inclusão e o fortalecimento da política cultural no Brasil.